Mestre Rubens Saraceni falando sobre a Faixa Vibratória Neutra
O Universo espiritual que nos cerca (por Rubens Saraceni, em palestra transcrita do programa Magia da Vida)
Vamos falar um pouquinho sobre esse universo espiritual que nos cercam o que esta a nossa volta, mas invisível à maioria das pessoas porque são pouquíssimas que tem o dom de ver o plano espiritual a sua volta e até interagir com ele mentalmente ou oralmente.
Então, o que nos cerca?
Na verdade o que nos cerca aqui no lado físico é o ar, é o que está a nossa volta, mas existe uma contraparte espiritual deste mesmo plano material, e essa contraparte que nós poderíamos chamar etérea ou etérica é por onde transitam os espíritos aqui sobre a crosta terrestre.
Os espíritos que desencarnam, que alcançam um determinado grau evolutivo, sempre retornam a essa nossa contra parte espiritual para, à partir dela e muito próximo nós, poder ajudar-nos, então o espirito esta do outro lado, mas esta aqui, no mesmo meio, no seu lado etéreo, e a partir dali que eles interagem conosco.
As pessoas que desconhecem essas nuances do plano espiritual dizem;_ Não, o espirito morreu, ele vai embora... (E não é bem assim)
Existem espíritos que desencarnam e de fato alcançam elevadas faixas vibratórias da criação onde descortina-se para eles toda um nova realidade muito mais bela, muito mais harmoniosa, só que tem outros espíritos que por não terem zelado pelo seu bem estar espiritual, não terem cultivado um religiosidade elevada, desencarnam e ficam como que vagando nesse plano espiritual paralelo, neste lado etéreo deste nosso planeta.
E eles ficam ai até que surge uma oportunidade, eles recebem de seus antepassados uma acolhida, uma orientação e são encaminhados. Mas uma boa parte deles fica vagando, e muitos deles acabam retornando para as casas onde viviam, para junto de seus parentes de seus entes queridos... E acabam ficando ali!
São relatados casos interessantes pelos clarividentes de espíritos que eram apegados a algum pertence material, algum objeto para ele valiosíssimo, que ele recusa-se a se afastar daquele objeto. Então encontramos casos assim interessantes de serem relatados.
Espirito que desencarnou, está no lado espiritual, mas ele tinha um lugar da casa em que ele repousava, uma poltrona, uma cadeira, em que ele se reclinava e ali ele ficava. Eles voltam para estes lugares e ficam sentados lá dentro da casa e se alguém mexe naquela cadeira, naquela poltrona, tira de lugar, ele não gosta, ele reage gravo e começa a falar; Devolve lá, devolve;;; e fica irritado, ate que a pessoa por um processo intuitivo volta por aquilo lá e aí se aquieta tudo.
É que o espirito não gostou que mexeram no que ele considera dele, no que ele considera propriedade dele.
Carros em que o proprietário tinha muita estima por aquele carro... Gostava demais dele, e ele desencarna e depois os familiares se desfazem daquele carro, ou não zelam como ele zelava, o espirito fica bravo com os familiares... Ralha com eles... Grita... Porque ele tinha um apego aquele bem material e ele zelava, ele cuidava, então depois que desencarnou, os familiares já não tratam com o mesmo zelo, e eles ficam bravos com os encarnados.
Espíritos que tem algum objeto que ele gosta daquilo, é um colecionador daquilo lá, eles também quando os familiares se desfazem eles vão junto daquele objeto, porque eles consideram deles, e isso tem se repetido não é algo novo, isso tem acontecido no decorrer dos milênios, esse apego dos espíritos materialistas, no sentido de apegado ao plano material, a coisas, e esses espíritos dão um trabalho danado pra despertar.
Já foram encontrados casos de espíritos que estão há décadas dentro da mesma casa, e ninguém consegue viver ali dentro. Pessoas que mudam para aquela casa... É uma sucessão de acontecimentos desagradáveis, que a pessoa acaba indo embora e aquelas casas estão velhas, semiabandonadas, sem reformas etc... Mas l´dentro está o espírito que considerava aquela casa sua propriedade, seu lar, e que mesmo que tenha desencarnado ele não sai dali.
Então são estas coisas observadas não por uma pessoa, mas por muitas pessoas é que levam-nos a crer que o lado espiritual, a contraparte etérea desse nosso plano material é muito populosa, porque é no mundo todo que isto acontece, não é com um povo com uma cultura... Em todas elas acontecem tá? Todas as raças, em áreas sobre influência de uma religião, outras áreas de outra, nelas acontecem tudo isso, inclusive de religiosos apegados a sua igreja, ao seu templo, e desencarna, e ele volta para aquele templo que ele considerava dele não no sentido de propriedade, mas ele era o zelador daquilo ali, ele volta, e se o novo sacerdote que esta conduzindo não for do agrado dele e fizer coisas que desagradem-no, ele começa a atuar sobre este novo sacerdote querendo muda-lo.
Isso acontece em todas as religiões gente!!!
Observe como é importante termos um conhecimento pelo menos básico do lado espiritual que nos cerca.
Esse plano etéreo, essa contra parte da mesma coisa é tão populoso quanto o lado material de tantos espíritos que estõ nele... Não são alguns milhares... São bilhões de espíritos que estão nesse lado espiritual, muitos deles vindos de planos superiores para sutilmente ir atuando sobre os espíritos ainda atrasados, com a evolução paralisada ou que regrediram, eles estão transitando aqui como trabalhadores que vieram, desceram até esse plano, essa contraparte etérea, mas lembrem-se, sem precisar abaixar sua vibração, porque existem as fixas vibratórias em que o espirito para sair de uma faixa e descer para outra, ele precisa baixar sua vibração... Ele num exercício mental, ele abaixa sua vibração mental, e ai sim ele consegue alcançar outra faixa ali, realizar o que ele tem que fazer, quando ele acaba de fazer aquilo lá, ele eleva sua vibração mental num processo de mentalização, e ele sobe e passa para outra faixa.
Essa contraparte do nosso plano material que é o lado espiritual do planeta, é acessível para todos os seres. Não importa a faixa de lá ele se desloca pra esta naturalmente... Ele pode vir da primeira faixa, da segunda da terceira... Ele entra nessa nossa faixa, nessa contraparte que é chamada faixa vibratória neutra de criação.
Para entrar nela ninguém precisa elevar a sua vibração ou abaixar, só precisa ter um meio de adentrar nela.
Então qual é o meio?
São os Portais.
Quando um espirito esta, vamos dizer, na terceira faixa vibratória positiva e ele quer vir para cá, ele abre mentalmente uma passagem de lá para cá, e ele está no instante seguinte no nosso lado na contraparte etérica sem ter abaixado suas vibrações mentais.
O mesmo acontece com espíritos das esferas inferiores, das faixas vibratórias inferiores que são trazidos para cá. Se os espíritos das esferas superiores abrem o portal e eles entram nessa faixa neutra da criação, já os espíritos das faixas inferiores , eles não tem essa facilidade, esse poder. Eles dependem muito de que um encarnado abra um portal para eles virem para cá, então é onde eles recorrem a um processo de indução mental para que essas pessoas abram aquelas magias negativas pelas quais eles passam, por que ai é um portal aberto do plano material para a esfera correspondente. Eles vem, já entrando nessa faixa vibratória neutra da criação e ficam aqui, e atuam sobre quem é determinado pela pessoa que ativou aquela magia destrutiva, aquela magia também conhecida como magia negra (popularmente chamada de magia negra).
De depois que eles vem para cá eles não querem retornar, aumentando a população na face da terra, e criando grandes transtornos para espiritualidade superior, que quer atuar sobre os espíritos menos evoluídos, mas não consegue fazer isso com facilidade porque esses espíritos que sobem través destes portais mágicos negativos e entram nessa faixa neutra, eles também atuam arregimentando espíritos pouco evoluídos ou muito materializados, agregando-os as suas hordas.
Então há um processo continuo de arregimentação de espíritos que estão nessa faixa neutra, tanto pelos espíritos vindos das faixas da luz, quanto pelos espíritos vindos das faixas negativas, das trevas, e tudo acontece aqui nesse nosso meio espiritual neutro paralelo ao nosso, estou aqui, eles estão aqui do lado, invisíveis aos meus olhos, mas não o de quem é clarividente, e eles interagem conosco.
Os espirito da luz interagem conosco visando a nossa evolução, o nosso bem estar, o nosso crescimento interior, nossa conscientização, já os espíritos provenientes destas faixas vibratórias negativas, eles atuam sobre nós em sentido oposto, tudo oposto... estimulando-nos a agir de forma descontrolada, desequilibrada, de forma a facilitar o acesso mental deles sobre os encarnados.
Com isso não são poucas as pessoas que foram mudando suas personalidades tornando-se intolerantes, torando-se atormentadas, perturbadas, explosivas mesmo, qualquer coisa explodem... é porque essas pessoas estão sobre domínio de mentais poderosíssimos mas que estão transitando aqui e que se acomodam com elas... Acomodam nos campos vibratórias e ali fazem seu trabalho de rebaixamento da queda vibratória planetária.
São tantos os espíritos sem evolução e que estão atundo sobre a humanidade, que criou-se a necessidade da espiritualidade superior interagir sobre os encarnados.
Como eu estava dizendo, existem muitos espíritos das esferas vibratórias negativas, das faixas vibratórias negativas, que adentram nesse nosso plano vibratório neutro, a contraparte da matéria... É neutra a contraparte dela... Ela só assume polaridade positiva nas esferas superiores e negativa nas esferas inferiores, ou faixas também (chamadas faixas).
Então pela facilidade desses espíritos de pouca evolução mas extremamente maldosos ou vampirescos adentrarem nessa faixa neutra, o plano espiritual superior também viu-se obrigado para amparar as pessoas a se estabelecerem nessa faixa vibratória neutra. Como se estabelecer nela e atuar hora como polícia, reprimindo um pouco as investidas dessas hordas negativas, hora como mestres, ensinando aos espíritos que desejam se libertar do materialismo, hora como curadores como médicos mesmo, acolhendo os espíritos sofredores, a espiritualidade superior foi criando na face da terra na sua contraparte etérica verdadeiras cidades espirituais, em que espíritos que “descem” das faixas vibratórias superiores, eles “descem” até a crosta terrestre, se alojam nessas cidadelas, nessas cidades, nesses hospitais, nessas escolas, e ali começam a atuar, a prestar um serviço em prol desses bilhões de espíritos que estão vagando sobre a terra, e que tornam-se acessíveis porque estão no mesmo lugar, como nós aqui na face da terra... Estamos todos aqui.
Como esses espíritos sobem das esferas negativas através dos portais negativos e entram na faixa neutra, então a espiritualidade veio criando no decorrer dos séculos muitas cidadelas, habitadas por dezenas, centenas, as vezes milhares de espíritos todos eles altamente evoluídos, mas que ali ocultam um pouco sua evolução pra poder interagir com os menos evoluídos e atrai-los. Isto foi no decorrer do tempo crescendo, crescendo, e chegou num ponto em que hoje nós temos milhões de espíritos altamente evoluídos, mas atuando na contraparte etérica do planeta visando a nossa evolução.
Essa atuação de tantos espíritos voltados para o bem acabou gerando religiões, se não, doutrinas mesmo, que aqui para o material como fizeram Allan Kardec, como fizeram outros grandes luminares, como fez Zélio Fernandino de Moraes, o ensinamento deles chega para o lado material e começa a despertar as pessoas para a necessidade da espiritualização.
Então as pessoas começam a se espiritualizar, a se interessar pelo que existe no lado espiritual, a conhecer lentamente através da leitura, que ela está cercada por um universo espiritual. Tão infinito como esse universo material, e muito mais populoso do que o nosso universo material.
Foi criando-se escolas mesmo, que geraram-se no decorrer do tempo, muitas ordens ocultas, ordens iniciáticas, ordens de amparo as pessoas, e por trás dessas ordens estão espíritos de alta evolução que tem um meio de acessar a mente dos encarnados e despertar-lhes para espiritualização.
Criou-se uma verdadeira polícia planetária vamos falar assim, espiritual, um exército planetário para refrear um pouco a ação dos espíritos trevosos, mas como nó dependemos do livre arbítrio para acessarmos as faixas positivas e negativas, para sermos ajudados precisamos também recorrer a livre arbítrio: Queremos ser ajudados ou não?
Quando queremos ser ajudados, ai nós vamos em busca de socorro... Batemos de porta em porta até achar uma que nos acolha, e dentro daquele templo, daquela escola iniciática, a pessoa se encontra consigo mesmo, aprende como se servir de amparo espiritual e à partir do seu livre arbítrio, chama para auxilia-la esses espíritos altamente evoluídos, que vão assumindo uma ascendência sobre as pessoas, orientando-as no caminho do bem, re-harmonizandoas consigo mesmo, trabalhando vagarosamente o Carma individual de cada um, para que vá diminuindo suas ligações com espíritos ainda estacionados nas esferas negativas.
Eses espíritos altamente evoluídos e que assumem guarda das pessoas são chamados espíritos mentores. Eles atuam sobre o mental do encarnado direcionando-o no melhor caminho para ele seguir.
Esses espíritos mentores quando visualizados por algum clarividente, eles se mostram de uma luz imensa, que é capaz de iluminar metros e metro de distância só naquela luz.
Esses espíritos mentores comandam legiões, correntes de espíritos que eles foram auxiliando a se desligarem da materialidade, do materialismo, e foram se agregando às suas correntes socorristas, e esses outros espíritos evoluíram também, ou se mostram muito luminosos, e estão voltados aqui para a face da terra no lado material, no lado espiritual para ajudar.
Então as correntes espirituais sãp formadas por muitos milhares de espíritos, não é meia dúzia de espíritos aí não... São muitos milhares.
Algumas correntes se formaram dentro do judaísmo, outras se formaram dentro do cristianismo, outras do islamismo, dentro do hinduísmo, em todas as religiões os espíritos mais evoluídos sempre retornam para ajudar os menos evoluídos criam ordens, correntes espirituais, fraternidades espirituais, formadas por espíritos, não muito diferentes de nós porque a diferença maior é que eles estão do lado de lá e nó do lado de cá.
Nós estamos no lado material da criação e eles estão no lado etérico/espiritual.
Então estes espíritos formando essas grandes correntes estão crescendo cada vez mais, porque todos aqueles que eles resgatam, esclarecem, ensinam, aderem naturalmente a elas... É um processo natural.
Eles aderem naturalmente e essas correntes vão crescendo aumentando o amparo sobre o plano material e o plano espiritual, mas o oposto, quando digo oposto, o inverso, também vem acontecendo, espíritos que atuam à partir do lado negativo da criação, à partir das esferas negativas, tem vastos domínios sobre seu comando, tem um poder mental muito grande que se equivale ao dos mentores de luz, mas estão do lado de baixo, ou o lado oposto.
Eles também atuam sobre os encarnados procurando dominar a mente desses encarnados, não para liberta-los do materialismo, mas sim para subjuga-los, e dar-lhes um rumo em que cada vez essas pessoas vão regredindo mais chegando a um ponto em que estão prontos para serem recolhidos por estas hordas de espíritos trevosos, que eles também querem o crescimento, com ai um domínio sobre o lado material da vida, e que eles também trabalham em sentido oposto conduzindo pessoas a atitudes que negam a própria vida, induzindo-os a crimes, ao vício, quanto mais pesado o vício mais fácil dominar.
Drogas, sexualidade invertida, mente completamente desequilibrada, é o campo de eles atuarem, estimulndo cada vez mais aquilo.
Então o que é que acontece? Nós estamos do ldo material, nós temos um contra parte espiritual, chamada faixa vibratória neutra da criação, e que nela, tanto entram espíritos altamente evoluídos, como espíritos que regrediram consciêncialmente, e desenvolveram a brutalidade, a intolerância, desenvolveram sentimentos, posturas altamente condenáveis por nós porque é contra o humanismo.
Essas duas forças opostas estão atuando sobre nós, cada uma ao seu modo. A força positiva querendo nos libertar do materialismo e nos espiritualizar, a outra força vem em sentido contrário, ela atua desenvolvendo cada vez mais, expandindo nosso materialismo, o nosso apego a crosta terrestre, a terra mesmo, e fazendo com que nos afastemos das coisas religiosas, das coisas que dão a direção para nós e estimul em contrapartida o nosso égo a nossa vaidade, a nossa prepotência, soberba, inveja, eles lidam com sentimentos negativos com uma facilidade impressionante, chegando ao ponto de que uma pessoa muda totalmente a sua postura, a sua personalidade, e ela não se apercebe disso.
Ela não tem noção de que ela esta mudando porque é um processo indutivo... Por indução...
Então como eu estava dizendo essas duas forças se opõe, uma querendo estimular nossa evolução a outra querendo que regridamos consciêncialmente para ficarmos vulneráveis e acessíveis.
Se o lado positivo esta atuando elevando nosso estado de consciência para que nós nos tornemos cada vez mais fraternos tolerantes, compreensivos, aplicados, ordeiros, livrs do materialismo, dos vícios, a força oposta esta trabalhndo em sentido inverso, materializando-nos a tal ponto que existem, pessoas que quando convidadas a um exercício de elevação espiritual ela se recusam a isto.
O apego delas a coisas materiais é tão grande que elas recusam-se a largar determinados comportamentos, linguajar principalmente (linguajar aquele que a gente chama de chulo, baixo)... a pessoa não larga isso não...
Ela não deixa de frequentar determinados ambientes que nós sabemos muito bem que são habitats naturais destes espirito trevosos, locais como bares, motéis, drive-ins, prostibulos, locais de jogos, tudo que estimula o materialismo do ser, ali são locais aonde estes espíritos encontram uma vibração afim com a deles.
Então é ali que eles começam a atuação, e um domínio... Como acontece esse domínio? Pelas finidades...
Uma pessoa que tem a tendência de gostr de jogar, vamos a um exemplo, baralho, cartas, ela é estimulada de tl form a jogar continuamente, chegando a um ponto em que ela perde tudo que ela tem na vida.
Perde emprego, perde sua poupança, perde a família perde os filhos, e a vida dela vira um caos, só que ela não se apercebe, ela não tem noção de que é o jogo, o vício do jogo em que ela perde tudo que ganha é que levou aquela situação, e se alguém falar ela vai até negar; - Não, não foi isso não, é que esta ruim mesmo as coisas... Isso e aquilo, mas ela não aceita que aquele vício seja o responsável pela queda dela.
A mesma coisa a pessoa que é viciada em droga... A droga tem por trás um forte componente espiritual tá?
Fiquem sabendo disso... Que por trás do uso da droga existe todo um plano inferior muito bem distribuído na face da terra e ganhando ascendência cada dia maior gente!!!
Oque que acontece no caso das drogas? Espíritos que já eram viciados aqui no lado material, desencarnam e entram em desespero, porque se o corpo físico fica carente de determinados componentes químicos e faz que haja um estimulo para voltar a consumir aquela droga, o espírito, ele fica vazio de emoções, de sensações, e só com o consumo da droga o espírito se estimula.
Oras, nós somos corpo e espírito mas quando há o desencarne há separação de corpo e espírito.
O Corpo se desfaz mas o espírito não se desfaz.
Só que o que estava no corpo estava no espírito também.
Tá, o espírito “não precisa daquela droga, quem precisava era o corpo”... Conversa que não precisa... O espírito vivenciava emoções que só aquela droga proporcionava pra ele.
Conclusão: O espírito continua buscando de forma desesperada vivenciar aquelas emoções novamente.
Se existe já disponível para eles alguma pessoa no plano material que é um viciado naquele produto que ele gostava de consumir, eles se encostam e induzem aquela pessoa a consumir grandes doses. Seja de bebida alcoólica, seja de alguma droga aí que eu não conheço os nomes direito, e então a pessoa consome, o estado de espírito daquela pessoa após o consumo daquela droga é de bem estar, de emoção, ele sente que esta bem etc... O espírito esta acoplado a ele, e subtrai dele aquela emoção.
Aquela emoção “alimenta” o espírito que era viciado naqueles estados emocionais, então por trás de todo viciado seja em sexo, bebidas ou drogas, tem espíritos também viciados, e que já eram viciados quando viveram no plano material gente... Não é que eles desenvolveram vício lá não, eles levaram consigo o vício e procuram desesperadamente algum afim viciado para se acoplarem e vivenciarem aquela emoção, que se passageira, para eles é o único propósito da vida deles vivenciar aquilo lá...
Então a interação acontece porque em nós, o ser, nós também temos um lado material, palpável e também temos um lado espiritual, uma contraparte espiritual que não é palpável para nós, só o é para quem vive nessa contraparte espiritual e que esta ao nosso lado.
Então nós não somos só corpo...
Não somos só mente...
Somos corpo e espírito.
E dessa ascendência negativa obtida ao custo de arruinar um encarnado, esses espíritos viciados em qualquer coisa, porque existem espíritos viciados em bebidas alcoólicas, existem espíritos viciados em jogos, dos mais variados, existem espíritos viciados em drogas, e temos aí muitas drogas na face da terra...
Os viciados em jogos induzem pessoas a se viciarem, ou se a pessoa já gosta, ai eles estimulam aquela satisfação de participar do jogo, se a pessoa é viciada em sexo, eles estimulam isso para que a pessoa se tornar uma viciada em sexo, se a pessoa é viciada em bebidas, eles estimulam a beber cada vez mais, se ela é viciada em drogas eles estimulam para que elas a consumirem mais e mais, ainda que mais adiante, tudo aquilo reverta contra aquela pessoa, e a vida dela se torne um caos.
Eles não estão preocupados nem um pouco com isto...
Eles querem que aquela pessoa faça no lado material o que à partir do acoplamento deles vai estimula-los, vai realiza-los, e quando aquela pessoa já não servem mais, eles se afastam e vão em busca de outra.
Estes espíritos não são demônios como chamam, são os daemons, dos gregos, de espíritos, mas o sentido que a palavra demónio assumiu aqui na face da terra, como o diabo o capeta, sei lá, nomes que ai andaram dando no decorrer dos tempos.
São espíritos mesmo de pessoas que já viveram aqui na face da terra e eles atuam sobre nós humanidade encarnada com muita intensidade, fazendo com que milhares e milhares... Que milhares? Milhões de jovens que deveriam estar estudando, se preparando para a vida, comecem a se lançar a determinados vícios. Não vão todos ao mesmo vício, porque no astral, esses obsessores viciosos, não estão fazendo a mesma coisa, um está viciado numa coisa e outro na outra e cada um pega a sua vítima encarnada, e a sua vítima encarnada vai pagar um preço alto, porque desestrutura toda uma família, toda uma vida planejada para aquele filho pelos seus pais, vai por agua abaixo.
Só que eles não se apercebem disto, porque é um processo de indução mental, um mental poderoso induzindo um encarnado que tem as limitações.
E o encarnado não percebe que ele esta sendo induzido continuamente naquela direção.
É certo que nem todos prosseguem, a razão prevalece, a voz da consciência prevalece, e uma boa parte recua enquanto é tempo.
Mas os que não conseguem recuar enquanto é tempo e avançam além, depois o retorno é muito mais difícil, é preciso de muita compreensão dos que estão à volta, e daquele encarnado viciado chegar a um ponto em que o próprio vício se torna insuportável para ele, senão é muito difícil trabalhar com pessoas assim.
Então a espiritualidade superior vem atuando também para fazer recuar um pouco essa invasão do baixo astral sobre os encarnados, mas tem encontrado inúmeras barreiras, inúmeros bloqueios que dificultam o trabalho deles.
Esta na própria religiosidade das pessoas que não acreditam que existe uma realidade espiritual, esta na própria doutrina às vezes de uma religião que nega até a possibilidade do espírito “não, morreu acabou...”
É um horror isso aí... A espiritualidade superior encontra bloqueio na própria mente das pessoas que eles querem ajudar, que eles estão vendo aquela pessoa dominada por seres mentalmente poderosos, mas inescrupulosos.
Seres desumanos que não são demônios, que não são diabos, não são nada disso, são espíritos que se apegam ao encarnado por causa do vício e estimulam o encarnado continuamente “Beba mais, beba mais, consuma mais droga, jogue mais, jogue dia e noite, pare só para comer, beber e dormir um pouquinho, volte a jogar... Eles aprisionam naquela emoção forte, sdeja da bebida da droga ou do jogo... Ou do sexo também... Estava me esquecendo disso...
Mas vocês acreditam que é só isso que eles fazem?
Não, não é só isso...
Eles atuam também sobre a ambição, atuam sobre a inveja, atuam sobre o orgulho, a vaidade...
Pessoas extremamente vaidosas estão sendo objeto de obsessão de espíritos extremamente vaidosos.
Então eles assumem uma ascendência sobre as pessoas mais vulneráveis, acabam se acoplando a elas e vivenciando com elas por um processo de osmose, o que elas vivenciam no lado material, e isto trás a satisfação pra eles, mas é uma satisfação tão passageira que logo eles precisam que repita e que repita infinitamente por que se parar, eles caem naquele vazio existencial de novo.
Então os obsessores são difíceis de serem doutrinados, são difíceis de serem convencidos de que eles precisam passar por um processo de purificação, de desintoxicação mesmo, de mudança de consciência, de pensamento, de direcionar seus gostos, seus pensamentos para outras coisas... É difícil convence-los... Eles reagem contra, ofendem, xingam, se debatem, tudo para nõ terem que mudar, mas eu já havia dito que há encarnados que também não querem mudar, ele quer continuar naquilo,.
Então é onde essas correntes benfeitoras da humanidade, correntes espirituais, voltadas para nossa evolução, atuam sobre nós aqui no plano material estimulando-nos a criar pontos de luz atratores de pessoas, e por tabela os espíritos obsessores por trás delas, para uma redoutrinação, um redirecionamento das suas, vamos dizer, expectativas quanto ao futuro, quanto ao plano maior. E tem sobre a face da terra milhões de pessoas todas atuando intensivamente com esse propósito; De atrair pessoas, para ali, dentro daquele ambiente, daquele espaço daquele templo, daquele local consagrado a luz, acolher os espíritos que já estão esgotados, para dar um novo rumo a eles, e também as pessoas, pra dizer pra elas “o passo que você tem que dar para começar a se desligar do magnetismo da matéria, dessa atratividade das coisas materiais ou do próprio materialismo, é o passo que você tem que dar em direção a luz, a Deus etc... A qualquer Divindade que você opte para colocar ali como protetor, como amparador do trabalho”. Então nós temos milhões e milhões de pessoas também fazendo isso, em sintonia com estes planos superiores, mas até desse ponto o oposto também existe, porque se tem milhões de pessoas sustentando templos, igrejas, espaços espiritualistas, centros espiritas, centros umbandistas, centros teosóficos, de estudo de evolução, também tem os locais chamados do “baixo astral”, em que as pessoas que ali atuam, atuam em sintonia com esse lado oposto.
Tudo se repete em todos os campos... Não há um campo das atividades humanas em que essas duas partes não estão presentes... Em todos eles elas estão presentes.
No sexo o lado positivo estimula a união dos casais, a satisfação das suas necessidades biológicas de forma ordenada, produtiva, sustentadora e mantenedor da vida, multiplicando a espécie humana de forma ordenada.
O lado oposto estimula justamente a desagregação da família. Há o desenvolvimento de determinados vícios (eu não tenho a palavra cientifica, vamos chamar de vícios como a pedofilia etc..)... Isso é a viciação no meu modo de expressar... Então ali o ser deixou de se unir à alguém compatível com um propósito maior e busca a realização de uma obsessão qualquer , que implica em sofrimento para o outro lado, de submissão ou mesmo de destruição... Isso é a viciação do sexo tá? Não é o ato em si... Não é um vício... A distorção, o desvirtuamento acontece num ponto ali atrás na mente das pessoas e elas se tornam obsessivas naquilo lá... Existem termos psiquiátricos pra isso, eu não o conheço, e também não vou avançar, mas espero que tenham entendido o que quis dizer...
E eles ai vão assumindo em todos os campos... Se de um lado há o amparo à família, ao fortalecimento do amor familiar, do elo familiar, do outro lado esta atuando para dissolução, pegando aquele ser obsedado, e isolando ele da família, para que ele abandone a família, abandone tudo que aí é mais fácil dominá-lo.
Mas existe em todos os campos... No do conhecimento, por exemplo, milhões de professores atuando para ensinar, as pessoas, os jovens, a formá-los, a torna-los ótimos profissionais, por outro lado há a negação do conhecimento, espíritos atuando afastando crianças da escola, adultos da escola, das universidades, fazendo ele enfraquecer, perturbando a mente para que ele não consiga estudar, não consiga ter aquela “cabeça” pra pegar um livro, e ler, e ler e aprender... Induzem ele a não ler, e quando ele começa a ler, da sono, a cabeça cai em cima do livro, e é para ele não ler para ele não evoluir, para continuar ignorante.
Então acontece, as duas forças se chocam continuamente, e esse choque acontece no nosso lado etérico da vida, o nosso lado espiritual, na faixa vibratória neutra da criação.
Se a espiritualidade superior estabeleceu muitos pontos de luz na face da terra, sustentados por pessoas dedicadas, abnegadas, confiantes de que aquele é o caminho, eles são religiosos, eles são sacerdotes, são doutrinadores, são professores, são orientadores, são médiuns, são terapeutas, e estão aí, dando orientações; “Levante-se, eleve-se, cresça diante de Deus...” Sao muitos e estão espalhados aí, e existem muitos também trabalhando em sentido oposto; “Ah, não faz nada disso, que isto é bobagem, o máximo que você tem que fazer é cuidar desse outro lado aqui, que sabe, isso ai não dá certo, isso aí é trabalhoso, isso aí sabe, não sei o que...” E vai induzindo a pessoa: “não quero nada disso”... E ela vai se afastando da espiritualização. Conclusão; Essas pessoas que se submeteram a essa indução mental negativa, quando desencarnam, são facilmente dominados por esses espíritos poderosos mentalmente falando, que os atrai para as esferas negativos, e ali desdobra-se toda uma coisa que esta latente, e ali ela “explode”, tornando-o mais um a atuar sobre a humanidade, e também o oposto esta acontecendo, se cada um que se elava e se conscientiza, torna-se mais um para ajudar-nos, os que se negativam e são dominados, tornam-se mais um para nos incomodar, nos atormentar...
Então esta faixa neutra da criação é o ponto de encontro de luz e de trevas...
Muita gente fala; “O que é a faixa neutra da criação?”.
A faixa neutra da criação, é a nossa contra parte espiritual, a contraparte espiritual do planeta, a contraparte espiritual desse nosso corpo, esta dentro da faixa neutra, e é ali que encontre o encontro de luz e de trevas, hora as trevas avançando e apagando a luz, hora a luz avançando e anulando as trevas...
Você que esta nos assistindo ( foi de uma palestra transmitida pela internet em 4 vídeos) nesse momento, observe isso com mais atenção e você vai ver como são verdadeiras essas afirmações que estou fazendo aqui que não são minhas... Eu também estou me servindo porque aprendi com outros que aprenderam com outros...
Então não estou falando nada de novo, só estou relembrando-os... E de que nós temos que ser lembrados continuamente dessas coisas, e que se deixarmos de ser lembrados acabamos nos esquecendo de que existe uma possibilidade de libertação do materialismo ainda vivendo aqui neste corpo material para que quando desencarnarmos não venhamos a ser dominados por essas hordas de espíritos trevosos e que também andam por aqui, não tanto durante a luz do dia, mas principalmente a luz da noite, a luz da lua, na noite, porque a luz do dia incomoda-os um pouco... Não faz como é naqueles filmes que a gente vê do Drácula que se um vampiro recebe a luz do sol ele vira purpurina né?...Não é bem assim... Eles apenas gostam de atuar nas sombras para ficarem ocultos, e não ficarem tão expostos aos espíritos “luzeiros” aos espíritos luminosos que também estão vigiando o que acontece aqui, então eles preferem as sombras da noite, onde eles que já são sombras do que foram se deslocam, com muito mais facilidade.
Então gente, eis aí uma descrição bem resumida do que existe à nossa volta, e que está invisível aos olhos da maioria das pessoas porque uma minoria, bem minoria mesmo é clarividente e vê tudo isso aí do lado espiritual, mas saiba que assim como estamos expostos às hordas negativas, também estamos recebendo um chamamento continuo das correntes espiritualizadoras, formadas por espíritos que já vivenciaram as coisas da carne, da terra, do espiritual e hoje conscientes de que o único caminho é se elevar cada vez mais, e se aproximas vibracionalmente cada vez mais de Deus, nos livrando dos tormentos e sofrimentos, eles estão a nos ensinar, seja dentro do Centro de Umbanda, seja dentro do Centro Espírita, seja dentro da Igreja Católica, da Igreja Evangélica etc.. Eles estão em todos os lugres querendo o bm de todos nós...
E Você?
Tem dado os passos para a sua espiritualização?
Ótimo, parabéns a você que deu...
E você esta em dúvida?
Não tenha dúvida, de esses passos para seu beneficio futuro, invista em você nesse momento, tá bom!
Comece a pensar no seu futuro, não por medo de ir para o inferno, por medo de ser castigado por Deus, por nada disso... É para o seu benefício.
Se você aqui você guarda a sua poupança para quando houver necessidade você tenha aonde recorrer, faça isso por você no seu espírito...
Boa leitura, boas orientações e as bênçãos de Deus a todos vocês.
Homenagem a linha dos Ciganos - Música "Gira Cigana" de Nelson Junior
domingo, 27 de novembro de 2016
sábado, 13 de fevereiro de 2016
A Fé que me sustenta!
terça-feira, 9 de fevereiro de 2016
Sentir e estudar a Umbanda
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Com a palavra o fundador da Umbanda...

Recebi por email este belo informativo de Alexandre Cumino sobre o Fundador da nossa amada Umbanda, que em 2008 comemora seu primeiro centenário. Este texto foi de uma matéria feita em 1972 com o próprio Zélio de Moraes sobre como tudo começou.
segue na íntegra:
Mês que vem a Umbanda comemora seu primeiro centenário,
que tem como marco a incorporação do Caboclo Sete Encruzilhadas em seu médium Zélio Fernandino de Moraes (15/11/1908)
e a fundação do primeiro templo de Umbanda (Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade).
Em homenagem e comemoração ao Centenário da Umbanda é que o Jornal de Umbanda Sagrada
inicia nesta edição a publicação de reportagens,
matérias e textos que remontem a Memória da Umbanda,
mostrando assim que Umbanda tem História.
Para dar início, voltamos até o ano de 1972,
reproduzindo uma reportagem em que o próprio Zélio de Moraes conta sua história,
de como tudo começou na Umbanda.
Consideramos importante este trabalho para a religião,
pois boa parte do material que tivemos acesso nestes anos é desconhecido pela maioria dos Umbandistas.
Também esperamos nos próximos meses publicar partes de textos dos primeiros autores Umbandistas como Leal de Souza, Lourenço Braga, Aluízio Fontenele, Florisbela Franco, Yokaanan, Capitão Pessoa, Benjamim Figueiredo, João Severino Ramos, João de Freitas, Oliveira Magno, Sílvio Pereira Maciel, Tata Tancredo, Emanuel Zespo e outros tantos que foram os pioneiros na literatura umbandista.
Também esperamos publicar algumas das reportagens e entrevistas com Zélio de Moraes realizadas pela Sra. Lilia Ribeiro que foi dirigente da TULEF (Tenda de Umbanda Luz, Esperança e Caridade) e responsável pelo boletim MACAIA.
Pedimos ao Caboclo das Sete Encruzilhadas que nos ampare e guie nesta missão que assumimos.
Zélio de Moraes por Zélio de Moraes
Jornal de Umbanda Sagrada - Outubro de 2008
“A Umbanda existe há 64 anos!”
Este é o título da reportagem, com Zélio
de Moraes, feita por Lília Ribeiro, Lucy
e Creuza para a revista Gira da Umbanda, ano 1 – numero 1 – 1972.
A revista foi editada por Atila Nunes Filho e traz na capa a chamada:
EXCLUSIVO: “Eu Fundei a Umbanda”
Reportagem e fotos: Lília Ribeiro, Lucy e Creuza.
Com 82 anos de idade, este homem é considerado por um pequeno grupo de umbandistas “o fundador da Umbanda”.
Cabelos grisalhos, fisionomia serena e simples, Zélio de Moraes, através do seu guia espiritual,
o Caboclo das Sete Encruzilhadas, só sabe praticar o amor e a humildade.
“- Na minha família, todos são da marinha: almirantes, comandantes, um capitão-de-mar-e-guerra...
Só eu que não sou nada...” – comentava sorrindo Zélio de Moraes, aos amigos que o visitavam, nessa manhã ensolarada.
E a repórter, antes mesmo de se apresentar, retrucou:
“- Almirantes ilustres, capitães-de-mar-e-guerra há muitos;
o médium do Caboclo das Sete Encruzilhadas, porém, é um só”.
Levantando-se, Zélio de Moraes – magrinho, de estatura mediana, cabelos grisalhos, fisionomia serena e de uma simplicidade sem igual – acolheu-me, como se fôssemos velhos conhecidos. Nesse ambiente cordial, sentindo-me completamente à vontade, possuída de estranho bem-estar, esquecendo, quase, a minha função jornalística, iniciei uma palestra, que se prolongaria por várias horas, deixando-me uma impressão inesquecível.
Perguntei-lhe como ocorrera a eclosão de sua mediunidade e de que forma se manifestara, pela primeira vez, o Caboclo das Sete Encruzilhadas.
“- Eu estava paralítico, desenganado pelos médicos.
Certo dia, para surpresa de minha família, sentei-me na cama e disse que no dia seguinte estaria curado.
Isso a foi a 14 de novembro de 1908.
Eu tinha 18 anos.
No dia 15, amanheci bom.
Meus pais eram católicos, mas, diante dessa cura inexplicável, resolveram levar-me à Federação Espírita de Niterói, cujo presidente era o Sr. José de Souza.
Foi ele mesmo quem me chamou para que ocupasse um lugar à mesa de trabalhos, à sua direita.
Senti-me deslocado, constrangido, em meio àqueles senhores.
E causei logo um pequeno tumulto.
Sem saber porque em dado momento, eu disse:
“Falta uma flor nesta mesa; vou buscá-la”.
E, apesar da advertência de que não me poderia afastar, levantei-me, fui ao jardim e voltei com uma flor que coloquei no centro da mesa.
Serenado o ambiente e iniciados os trabalhos, verifiquei que os espíritos que se apresentavam ao videntes como índios e pretos, eram convidados a se afastar.
Foi então que, impelido por uma força estranha, levantei-me outra vez e perguntei porque não se podiam manifestar esses espíritos que, embora de aspecto humilde, eram trabalhadores.
Estabeleceu-se um debate e um dos videntes, tomando a palavra, indagou:
- “O irmão é um padre jesuíta. Por que fala dessa maneira e qual é o seu nome?”
Respondi sem querer:
- “Amanhã estarei em casa deste aparelho, simbolizando a humildade e a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados. E se querem um nome, que seja este: sou o Caboclo das Sete Encruzilhadas”.
Minha família ficou apavorada.
No dia seguinte, verdadeira romaria formou-se na Rua Floriano Peixoto, onde eu morava, no número 30.
Parentes, desconhecidos, os tios, que eram sacerdotes católicos e quase todos os membros da Federação Espírita, naturalmente em busca de uma comprovação.
O Caboclo das Sete Encruzilhadas manifestou-se, dando-nos a primeira sessão de Umbanda na forma em que, daí para frente, realizaria os seus trabalhos.
Como primeira prova de sua presença, através do passe, curou um paralítico, entregando a conclusão da cura ao Preto Velho, Pai Antonio, que nesse mesmo dia se apresentou.
Estava criada a primeira Tenda de Umbanda, com o nome de Nossa Senhora da Piedade, porque assim como a imagem de Maria ampara em seus braços o Filho, seria o amparo de todos os que a ela recorressem.
O Caboclo determinou que as sessões seriam diárias; das 20 às 22 horas e o atendimento gratuito, obedecendo ao lema:
“daí de graça o que de graça recebestes”.
O uniforme totalmente branco e sapato tênis.
Desse dia em diante, já ao amanhecer havia gente à porta, em busca de passes, cura e conselhos.
Médiuns que não tinha a oportunidade de trabalhar espiritualmente por só receberem entidades que se apresentavam como Caboclos e Pretos Velhos, passaram a cooperar nos trabalhos.
Outros, considerados portadores de doenças mentais desconhecidas revelaram-se médiuns excepcionais, de incorporação e de transporte”.
Citando nomes e datas, com precisão extraordinária, Zélio de Moraes relata o que foram os primeiros anos de sua atividade mediúnica. Dez anos depois, o Caboclo das Sete Encruzilhadas anunciou a segunda fase de sua missão: a fundação de sete templos de Umbanda e, nas reuniões doutrinárias que realizava às quintas-feiras, foi destacando os médiuns que assumiriam a direção das novas tendas: a primeira, com o nome de Nossa Senhora da Conceição e, sucessivamente, Nossa Senhora da Guia, São Pedro, Santa Bárbara, São Jorge, Oxalá e São Jerônimo.
“– Na época – prossegue Zélio – imperava a feitiçaria; trabalhava-se muito para o mal, através de objetos materiais, aves e animais sacrificados, tudo a preços elevadíssimos. Para combater esses trabalhos de magia negativa, o Caboclo trouxe outra entidade, o Orixá Malé, que destruía esses malefícios e curava obsedados. Ainda hoje isso existe: há quem trabalhe para fazer ou desmanchar feitiçarias, só para ganhar dinheiro. Mas eu digo: não ninguém que possa contar que eu cobrei um tostão pelas curar que se realizavam em nossa casa; milhares de obsedados, encaminhados inclusive pelos médicos dos sanatórios de doentes mentais... E quando apresentavam ao Caboclo a relação desses enfermos, ele indicava os que poderiam ser curados espiritualmente; os outros dependiam de tratamentos material...”
Perguntei então a Zélio, a sua opinião sobre o sacrifício de animais que alguns médiuns fazem na intenção dos Orixás.
Zélio absteve-se de opinar, limitou-se a dizer:
“- Os meus guias nunca mandaram sacrificar animais, nem permitiriam que se cobrasse um centavo pelos trabalhos efetuados. No Espiritismo não pode pensar em ganhar dinheiro; deve-se pensar em Deus e no preparo da vida futura.”
O Caboclo das Sete Encruzilhadas não adotava atabaques nem palmas para marcar o ritmo dos cânticos e nem objetos de adorno, como capacetes, cocares, etc.
Quanto ao número de guias a ser usado pelo médium, Zélio opina:
“- A guia deve ser feita de acordo com os protetores que se manifestam. Para o Preto Velho deve-se usar a guia de Preto Velho; para o Caboclo, a guia correspondente ao Caboclo. É o bastante. Não há necessidade de carregar cinco ou dez guias no pescoço...”
Considera o Exu um espírito trabalhador como os outros:
“- O trabalho com os Exus requer muito cuidado. É fácil ao mau médium dar manifestação como Exu e ser, na realidade, um espírito atrasado, como acontece, também, na incorporação de Criança. Considero o Exu um espírito que foi despertado das trevas e, progredindo na escala evolutiva, trabalha em benefício dos necessitados. O Caboclo das Sete Encruzilhadas ensinava o que Exu é, como na polícia, o soldado. O chefe de polícia não prende o malfeitor; o delegado também não prende. Quem prende é o soldado que executa as ordens dos chefes. E o Exu é um espírito que se prontifica a fazer o bem, porque cada passo que dá em benefício de alguém é mais uma luz que adquire. Atrair o espírito atrasado que estiver obsedando e afastá-lo, é um dos seus trabalhos.
E é assim que vai evoluindo. Torna-se portanto, um auxiliar do Orixá.
CINQUENTA ANOS
DE ATIVIDADE MEDIÚNICA:
Relembrando fatos passados em mais de meio século de atividade espiritualista, Zélio refere-se a centenas de tendas de Umbanda fundadas na Guanabara, em São Paulo, Estado do Rio, Minas, Espírito Santo, Rio Grande do Sul. A Federação de Umbanda do Brasil, hoje União Espiritista de Umbanda do Brasil, foi criada por determinação do Caboclo das Sete Encruzilhadas, a 26 de agosto de 1939.
Da Tenda Nossa Senhora da Piedade saiam constantemente médiuns de capacidade comprovada, com a missão de dirigirem novos templos umbandistas; entre eles, José Meireles, na época deputado federal; José Álvares Pessoa, que deixou uma lembrança indelével de sua extraordinária cultura espiritualista; Martinho Mendes Ferreira, atual presidente da Congregação Espírita Umbandista do Brasil; Carlos Monte de Almeida um dos diretores de culto da T.U.L.E.F.; João Severino Ramos, trabalhando ainda hoje, ativamente, inclusive na Assessoria de Culto do Conselho Nacional Deliberativo da Umbanda.
Outros, fugindo às rígidas determinações de humildade e caridade do Caboclo das Sete Encruzilhadas, desvirtuaram normas do culto.
Mas a Umbanda, preconizada através da mediunidade de Zélio de Moraes, difundiu-se extraordinariamente e hoje podemos encontrar suas características em tendas modestas e nos grandes templos, como o Caminheiros da Verdade e a Tenda Mirim, nos quais a orientação de João Carneiro de Almeida e Benjamin Figueiredo mantém elevado nível de espiritualidade, no Primado de Umbanda, uma das mais perfeitas entidades associativas da nossa Religião.
Durante mais de cinqüenta anos, o Caboclo das Sete Encruzilhadas dirigiu a Tenda Nossa Senhora da Piedade; após esse tempo, passou a direção à filha mais velha do médium, dona Zélia, aparelho do Caboclo Sete Flechas.
Entretanto, Pai Antonio continua trabalhando, na cabana que tem o seu nome, localizada num sítio maravilhoso, em Cachoeiras de Macacu. O Caboclo manifesta-se ainda em datas especiais, como foi, por exemplo, o 63º aniversário daquela tenda.
Da gravação feita durante a celebração festiva, reproduzimos para os leitores,
o trecho final da mensagem do Caboclo das Sete Encruzilhadas:
“A Umbanda tem progredido e vai progredir muito ainda. É preciso haver sinceridade, amor de irmão para irmão, para que a vil moeda não venha a destruir o médium, que será mais tarde expulso, como Jesus expulsou os vendilhões do templo. É preciso estar sempre de prevenção contra os obsessores, que podem atingir o médium. É preciso ter cuidado e haver moral, para que a Umbanda progrida e seja sempre uma Umbanda de humildade, amor e caridade. Essa é a nossa bandeira. Meus irmãos: sêde humildes, trazei amor no coração para que pela vossa mediunidade possa baixar um espírito superior; sempre afinados com a virtude que Jesus pregou na Terra, para que venha buscar socorro em vossas casas de caridade, todo o Brasil... Tenho uma coisa a vos pedir: se Jesus veio ao planeta Terra na humilde manjedoura, não foi por acaso, não. Foi o Pai que assim o determinou. Que o nascimento de Jesus, o espírito que viria traçar à humanidade o caminho de obter a paz, saúde e felicidade, a humildade em que ele baixou neste planeta, a estrela que iluminou aquele estábulo, sirva para vós, iluminando vossos espíritos, retirando os escuros da maldade por pensamento, por ações; que Deus perdoe tudo o que tiverdes feito ou as maldades que podeis haver pensado, para que a paz possa reinar em vossos corações e nos vossos lares. Eu, meus irmãos, como o menor espírito que baixou à Terra, mas amigo de todos, numa concentração perfeita dos espíritos que me rodeiam neste momento, peço que eles sintam a necessidade de cada um de vós e que, ao sairdes deste templo de caridade, encontreis os caminhos abertos, vossos enfermos curados e a saúde para sempre em vossa matéria. Com o meu voto de paz, saúde e felicidade, com humildade, amor e caridade, sou e serei sempre o humilde CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS.
Transcrição completa da entrevista com Zélio de Moraes, feita por Lília Ribeiro, Lucy e Creuza para a revista Gira da Umbanda, ano 1 – número 1 – 1972, pesquisado por Alexandre Cumino e publicado no Jornal de Umbanda Sagrada de Outubro de 2008.
PS.: Foi graças a esta revista, Giro da Umbanda, e a esta entrevista que o Sacerdote de Umbanda Ronaldo Linares tomou a iniciativa de procurar Zélio de Moraes, tornou-se seu amigo e o maior divulgador da mensagem do Caboclo Sete Encruzilhadas em São Paulo.
Foi também com o apoio de Zélio de Moraes que Pai Ronaldo Linares instituiu o curso de Sacerdotes da FUGABC, que já está no 26º Barco (Turma).
O que é confirmado no livro Umbanda Cristã e Brasileira do autor Jota Alves de Oliveira (Ediouro, p.46):
Estivemos com Zélio de Moraes, mais uma vez, no sítio de Boca do Mato, às vésperas da data consagrada à Oxossi. Ouvimos de Zélio e Zilméia, a descrição do que foi a grande concentração promovida pela Federação Umbandista do Grande ABC, de Santo André, estado de São Paulo, em homenagem a Zélio... aquela Federação, presidida por Ronaldo Linares, visa uniformizar o culto dos templos umbandistas, excluindo gradativamente do ritual os preceitos já superados, a fim de atingir, na prática, o conceito definido pelo Caboclo: Umbanda é a manifestação do espírito para a caridade.
Em 1958, tínhamos conhecimento da existência do Caboclo das Sete Encruzilhadas, através do seu médium Zélio de Morais, na Tenda Nossa Senhora da Piedade. Então, juntamente (Israel Cisneiros) com outros companheiros, ocorreu-nos render-lhe preito justo, como verdadeiro fundador da Umbanda, que após 50 anos de atividade ininterruptas, fez jus a entrega de um pergaminho, como iluminuras, onde reconhecíamos publicamente o seu grande mérito espiritual.
Confirma-se em 1972, através da psicografia (Omulubá) enviada pelo espírito Ângelo de Lys, poeta, autor póstumo de dezenas de poemas espiritualistas, publicados pela imprensa umbandista, ter sido este movimento religioso de Umbanda, iniciado no princípio deste século na terra de Araribóia, Niterói.
O trabalho apresentado pelo CONDU – CONSELHO NACIONAL DELIBERATIVO DE UMBANDA
em Agosto de 1977, esclarece tudo que se relaciona com as fontes de origem da Umbanda e do seu fundador.
Transcrevemos o citado trabalho, onde os membros daquele respeitável organismo, em boa hora, reconhecem que a Umbanda no Brasil, foi trazida do astral ao plano físico, por uma entidade, que se fez reconhecida como o Caboclo das Sete Encruzilhadas.
AS VERDADEIRAS ORGENS DA UMBANDA NO BRASIL
ESTUDO APRESENTADO PELO CONDU - AGOSTO DE 1977
1- Em fins do século passado, existiam, no Rio de Janeiro, várias modalidades de culto que se denotavam nitidamente a origem africana, embora já bem distanciadas da crença trazida pelos escravos. A magia dos velhos africanos transmitida oralmente através de gerações, desvirtuara-se, mesclada com as feitiçarias provindas de Portugal onde, no dizer de Morales de los Rios, existiram sempre feitiços, rezas e superstições.
As “macumbas” – mistura de catolicismo, feitchismo negro e crenças nativas multiplicavam-se; tomou vulto a atividade remunerada do feiticeiro; o “trabalho feito” passou à ordem do dia, dando motivo a outro, para lhe destruir os efeitos maléficos; generalizaram-se os “despachos”, visando obter favores para uns e prejudicar a terceiros; aves e animais eram sacrificados, com as mais diversas finalidades; exigiam-se objetos raros, para homenagear entidades ou satisfazer elementos do baixo astral. Sempre, porém, obedecendo aos objetivos primordiais; aumentar a renda do feiticeiro ou “derrubar” – termo que esteve muito em voga – os que não se curvassem ante os seus poderes ou pretendessem fazer-lhes concorrência.
Os Mentores do Astral Superior, porém, estavam atentos ao que se passava.
Organizava-se um movimento destinado a combater a magia negativa, que se propagava assustadoramente; cumpria atingir, de início, as classes humildes, mais sujeitas às influências do clima de superstições que imperava na época.
Formaram-se então as falanges de trabalhadores espirituais, que se apresentariam na forma de Caboclos e de Pretos Velhos, para mais facilmente serem compreendidos pelo povo. Nas sessões espíritas, porém, não foram aceitos; identificados sob essas formas, eram considerados espíritos atrasados e suas mensagens não mereciam nem mesmo uma análise. Acercaram-se também dos Candomblés e dos cultos então denominados “baixo-espiritismo” – as macumbas. É provável que nestes, como nos Batuques do Rio Grande so Sul, tenham encontrado acolhida, com a finalidade de serem aproveitados nos trabalhos de magia, como elementos novos no velho sistema de feitiçaria.
A situação permanecia inalterada, ao iniciar-se o ano de 1900.
As determinações do Plano Astral, porém, deveriam cumprir-se.
2- Em 15 de novembro de 1908 compareceu a uma sessão da Federação Espírita, em Niterói, então dirigida por José de Souza, um jovem de 17 anos, de tradicional família fluminense. Chama-se ZÉLIO FERNANDINO DE MORAES. Restabelecera-se no dia anterior, de moléstia cuja origem os médicos haviam tentado, em vão, identificar. Sua recuperação inesperada causara surpresa. Nem os doutores que o assistiam nem os tios, sacerdotes católicos, haviam encontrado explicação plausível. A família atendeu, então, à sugestão de um amigo, que se ofereceu para acompanhar o jovem Zélio à Federação.
3- Zélio foi convidado a participar da Mesa. Iniciados os trabalhos, manifestaram-se espíritos que se diziam de índios e escravos. O dirigente advertiu-os para que se retirassem. Nesse momento, Zélio sentiu-se dominado por uma força estranha e ouviu sua própria voz indagar por que não eram as mensagens dos negros e dos índios e se eles eram considerados atrasados apenas pela cor e pela classe social que declinavam.
Essa observação suscitou quase um tumulto.
Seguiu-se um diálogo acalorado, nos qual os dirigentes dos trabalhos procuravam doutrinar os espírito desconhecido que se manifestava e mantinha argumentação segura.
Afinal, um dos videntes pediu que a entidade se identificasse, já que lhe aparecia envolta numa aura de luz.
- Se querem um nome – respondeu Zélio involuntariamente – que seja este:
sou o CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS, porque, para mim, não haverá caminhos fechados.
E prosseguindo, anunciou a missão que trazia:
estabelecer as bases de um culto, no qual os espíritos de índios e escravos viriam a cumprir as determinações do Astral.
No dia seguinte, declarou ele, estaria na residência do médium, para fundar um templo, simbolizando a verdadeira igualdade que deve existir entre encarnados e desencarnados.
- Levarei daqui uma semente e vou plantá-la no bairro de Neves, onde ela se transformara numa árvore frondosa.
4- No dia seguinte, 16 de novembro de 1908, na residência da família do jovem médium, na Rua Floriano Peixoto, 30 , em Neves, bairro de Niterói, a entidade manifestou-se, pontualmente no horário previsto – 20 horas.
Ali se encontravam quase todos os dirigentes da Federação Espírita, amigos da família, surpresos e incrédulos e grande número de desconhecidos, que ninguém poderia dizer como haviam tomado conhecimento do ocorrido.
Alguns aleijados aproximaram-se da entidade, receberam passes e, ao final da reunião, estavam curados. Foi essa uma das primeiras provas da presença de uma força superior.
Nessa reunião, o CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS estabeleceu as normas do culto,
cuja prática seria denominada “sessão” e se realizaria à noite, das 20 às 22 horas,
para atendimento público, totalmente gratuito, passes e recuperação de obsedados.
O uniforme a ser usado pelos médiuns seria todo branco, de tecido simples.
Não se permitiria retribuição financeira pelo atendimento ou pelos trabalhos realizados.
Os Cânticos não seriam acompanhados de atabaques nem de palmas ritmadas.
A esse novo culto, que se alicerçava nessa noite, a entidade deu o nome de UMBANDA e
declarou fundado o primeiro templo para a sua prática,
com a denominação de Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, porque:
“assim como Maria acolhe em seus braços o Filho; a Tenda acolheria os que a ela recorressem, nas horas de aflição”.
Através de Zélio manifestou-se nessa mesma noite, um Preto Velho, Pai Antonio,
para completar as curas de enfermos iniciadas pelo Caboclo.
E foi ele quem ditou este Ponto, hoje cantado no Brasil inteiro:
“Chegou, chegou, chegou, com Deus,
chegou, chegou, o Caboclo das Sete Encruzilhadas”.
5- A partir dessa data, a casa da família de Zélio tornou-se a meta de enfermos, crentes, descrentes e curiosos.
Os enfermos eram curados;
os descrentes assistiam a provas irrefutáveis;
os curiosos constatavam a presença de uma força superior;
e os crentes aumentavam, dia a dia.
Cinco anos mais tarde, manifestou-se o Orixá Malé,
exclusivamente para a cura de obsedados e o combate aos trabalhos de magia negra.
6- Passados dez anos, o CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS anunciou a segunda etapa de sua missão:
a fundação de sete templos, que deveriam constituir o núcleo central para a difusão da Umbanda.
A Tenda da Piedade trabalhava ativamente, produzindo curas, principalmente a recuperação de obsedados, considerados loucos, na época. Já então se contavam às centenas as curas realizadas pela entidade, comentadas em todo o Estado e confirmadas pelos próprios médicos, que recorriam à Tenda, em busca da cura dos seus doentes.
E o Caboclo indicava, nas relações que lhe apresentavam com o nome dos enfermos os que poderia curar: eram obsedados, portadores de moléstia de origem espiritual; os outros, dizia ele, competia à medicina curá-los. (Relato de Martinho M. Ferreira).
Zélio, já então casado, por determinação da entidade, recolhia os enfermos mais necessitados em sua residência, até o termino do tratamento espiritual. E muitas vezes, as filhas, Zília e Zilméia, crianças ainda, cediam o seu aposento e dormiam em esteiras, para que os doentes ficassem bem acomodados.
7- Nas reuniões de estudos que se realizavam às quintas-feiras, a entidade preparava os médiuns que seriam indicados, posteriormente, para dirigir os novos templos.
Fundaram-se, assim, as
Tendas N. Sra. Da Guia,
N. Sra. Da Conceição,
Santa Bárbara,
São Pedro,
Oxalá,
São Jorge e
São Jerônimo.
Seus dirigentes foram:
Durval de Souza,
Leal de Souza,
João Aguiar,
José Meireles,
Paulo Lavois,
João Severino Ramos e
José Álvares Pessoa,
respectivamente.
8- Pouco depois a UMBANDA passou a expandir-se pelos Estados.
Em São Paulo, fundaram-se na capital, 23 tendas e 19, em Santos.
E a seguir, em Minas, Espíritos Santo, Rio grande do Sul.
Em Belém – relata Evaldo Pina – fundou-se a Tenda Mirim de São Benedito,
dirigida por Joaquim e Consuelo Bentes.
Ele, capitão do Exército, que servia na Capital da República,
transferiu-se para o Pará, exclusivamente para levar a mensagem do Caboclo das Sete Encruzilhadas.
Confirma-se a frase pronunciada na Federação Espírita:
“Levarei daqui uma semente e vou plantá-la no bairro de Neves, onde ela se transformara numa árvore frondosa...”
9- Em 1937, os templos fundados pelo CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS reuniram-se, criando a Federação Espírita de Umbanda do Brasil, posteriormente denominada União Espiritista de Umbanda do Brasil.
E em 1947 surgiu o JORNAL DE UMBANDA que, durante mais de vinte anos, foi um órgão doutrinário de grande valor.
FLORIANO MANOEL DA FONSECA acompanhou ZÉLIO DE MORAES na instalação de federações umbandistas em São Paulo e Minas Gerais.
Texto extraído do livro “Fundamentos de Umbanda – Revelação Religiosa” Israel Cisneiros e Omulubá – Equipe Editores.
XV DE NOVEMBRO DE 1.908
Por Alexandre Cumino
A primeira manifestação de Umbanda,
registrada, é o "Caboclo Sete Encruzilhadas"
em seu médium Zélio Fernandino de Moraes,
15 de Novembro de 1.908.
A "Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade”,
fundada por Zélio é o primeiro templo de Umbanda do Brasil.
Por isso os fatos que ali aconteceram são de fundamental importância a todos nós,
como registro histórico que marca o nascimento da Umbanda.
Zélio Fernandino de Moraes nasceu no dia 10 de Abril de 1892, no distrito de Neves, município de São Gonçalo - Rio de Janeiro. Filho de Joaquim Fernandino Costa (oficial da Marinha) e Leonor de Moraes. Em 1908, aos 17 anos, Zélio havia concluido o curso propedêutico (ensino médio) e preparava-se para ingressar na escola Naval, a exemplo de seu pai, foi quando fatos estranhos começaram a acontecer em sua vida.
Em alguns momentos Zélio era visto falando manso, com a postura de um velho, em sotaque diferente de sua região, dizendo coisas aparentemente desconexas, em outros momentos parecia um felino lépido e desembaraçado, mostrando conhecer todos os mistérios da natureza. Isso logo chamou a atenção da família, preocupada com a situação mental do menino que se preparava para seguir carreira militar, os "ataques" se tornaram cada vez mais freqüentes.
Zélio foi encaminhado a seu Tio, Dr. Epaminondas de Moraes, médico psiquiatra e diretor do Hospício da Vargem Grande. Após vários dias de observação, não encontrando seus sintomas em nenhuma literatura médica, sugeriu a família que o encaminhasse a um padre, para que fosse feito um ritual de exorcismo, pois desconfiava que seu sobrinho estava endemoniado. Foi chamado um outro parente, tio de Zélio, padre católico que realizou o dito exorcismo para livra-lo da possível presença do demônio e sana-lo dos ataques. No entanto este e outros dois exorcismos, acompanhados de outros sacerdotes católicos, não resolveram a situação e as manifestações prosseguiram. Também acompanhou sua mãe a uma benzedeira, Dona Cândida, que incorporava um espírito de nome Tio Antônio, não se sabe o que esta entidade teria dito a Zélio.
Algum tempo depois Zélio foi tomado por uma paralisia parcial, a qual os médicos não conseguiam entender. Um belo dia levantou-se de seu leito e dizendo: "amanhã estarei curado" e no dia seguinte começou a andar como se nada tivesse acontecido.
Um amigo sugeriu encaminha-lo a recém fundada Federação Kardecista de Niterói, município vizinho a São Gonçalo das Neves onde residia a Família Moraes. A Federação era então presidida pelo Sr.José de Sousa, chefe de um departamento da marinha chamado Toque Toque.
Zélio Fernandino de Moraes foi conduzido à Federação no dia 15 de Novembro de 1908,
na presença do Sr.José de Sousa, estava ele em meio aos ataques reconhecidos como manifestações mediúnicas. Convidado a sentar-se à mesa logo em seguida levantou-se, contrariando as normas do culto estabelecido pela instituição, afirmou que ali faltava uma flor. Foi até o jardim apanhou uma rosa branca e colocou-a no centro da mesa onde se realizava o trabalho.
Sr.José de Sousa, que possuía também a clarividência, verificou a presença de um espírito manifestado através de Zélio e passou ao dialogo a seguir:
Sr.José: Quem é você que ocupa o corpo deste jovem?
O espírito: Eu? Eu sou apenas um caboclo brasileiro.
Sr.José: Você se identifica como caboclo, mas vejo em você restos de vestes clericais.
O espírito: O que você vê em mim, são restos de uma existência anterior. Fui padre, meu nome era Gabriel Malagrida, acusado de bruxaria fui sacrificado na fogueira da inquisição por haver previsto o terremoto que destruiu Lisboa em 1755. Mas em minha última existência física Deus concedeu-me o privilégio de nascer como um caboclo brasileiro.
Sr.José: E qual é seu nome?
O espírito: Se é preciso que eu tenha um nome, digam que eu sou o CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS, pois para mim não existirão caminhos fechados. Venho trazer a Umbanda uma religião que harmonizará as famílias e que há de perdurar até o final dos séculos.
E no desenrolar da conversa Sr.José pergunta ainda se já não existem religiões suficientes, fazendo inclusive menção ao espiritismo.
O espírito: Deus, em sua infinita bondade, estabeleceu na morte, o grande nivelador universal, rico ou pobre poderoso ou humilde, todos tornam-se iguais na morte, mas vocês homens preconceituosos, não contentes em estabelecer diferenças entre os vivos, procuram levar estas mesmas diferenças até mesmo além da barreira da morte. Por que não podem nos visitar estes humildes trabalhadores do espaço, se apesar de não haverem sido pessoas importantes na Terra , também trazem importantes mensagens do além? Porque o não aos caboclos e pretos-velhos? Acaso não foram eles também filhos do mesmo Deus?...Amanhã, na casa onde meu aparelho mora, haverá uma mesa posta a toda e qualquer entidade que queira ou precise se manifestar, independente daquilo que haja sido em vida, todos serão ouvidos, nós aprenderemos com aqueles espíritos que souberem mais e ensinaremos com aqueles que souberem menos e a nenhum viraremos as costas a nenhum diremos não, pois esta é a vontade do Pai.
Sr.José: E que nome darão a esta Igreja?
O espírito: Tenda Nossa Senhora da Piedade, pois da mesma forma que Maria ampara nos braços o filho querido, também serão amparados os que se socorrerem da Umbanda.
No dia seguinte , na rua Floriano Peixoto , 30 – Neves – São Gonçalo – RJ, próximo das 20:00 horas, estavam presentes membros da federação espírita, parentes, amigos, vizinhos e uma multidão de desconhecidos e curiosos. Pontualmente as 20:00 horas o Caboclo das Sete Encruzilhadas incorporou e com as palavras abaixo iniciou seu culto:
“Vim para fundar a Umbanda no Brasil, aqui inicia-se um novo culto em que os espíritos de pretos velhos africanos e os índios nativos de nossa terra, poderão trabalhar em benefícios dos seus irmãos encarnados, qualquer que seja a cor , raça, credo ou posição social. A pratica da caridade no sentido do amor fraterno, será a característica principal deste culto”
Após trabalhar fazendo previsões, passe e doutrina informou que devia se retirar pois outra entidade precisava se manifestar.
Após a “subida” do Caboclo incorporou uma entidade reconhecida como “preto-velho”, saindo da mesa se dirigiu a um canto da sala onde permaneceu agachado. Sendo questionado o porque de não ficar na mesa respondeu:
“_ Nego num senta não meu sinhô, nego fica aqui mesmo. Isso é coisa de sinhô branco e nego deve arespeitá”,
após insistência ainda completou
“_ Num carece preocupa não. Nego fica no toco que é lugar de nego”
e assim continuou dizendo outras coisas mostrando a simplicidade, humildade e mansidão daquele que trazendo o estereótipo do preto-velho se fez identificar como Pai Antônio.
Pai Antônio cativou a todos com seu jeito, ainda lhe perguntaram se ele não aceitava nenhum agrado, ao que respondeu:
“_ Minha caximba, nego qué o pito que deixou no toco. Manda mureque busca”.
Todos ficaram perplexos, estavam presenciando a solicitação do primeiro elemento material de trabalho dentro da Umbanda.
Na semana seguinte todos trouxeram cachimbos que sobraram diante da necessidade de apenas um para Pai Antônio.
Assim o cachimbo foi instituído na linha de pretos-velhos, sendo também ele a primeira entidade a pedir uma guia (colar) de trabalho.
O pai de Zélio freqüentemente era abordado por pessoas que queriam saber como ele aceitava tudo isso que vinha acontecendo em sua residência, sua resposta era sempre a mesma em tom de brincadeira respondia que preferia um filho médium ao lugar de um filho louco.
Foi um trabalho árduo e incessante para o esclarecimento, difusão e sedimentação da religião de Umbanda.
Enquanto Zélio esteve encarnado foram fundadas mais de 10.000 tendas.
Após 55 anos de atividade entregou, a direção dos trabalhos da Tenda Nossa Senhora da Piedade a suas filhas Zélia e Zilméia.
Mais tarde junto com sua esposa Maria Izabel de Moraes, médium ativa da tenda e aparelho do Caboclo Roxo fundaram a cabana de Pai Antônio no distrito de Boca do Mato, município de Cachoeira do Macau – RJ.
Zélio Fernandino de Moraes desencarnou no dia 03 de Outubro de 1975.
Suas filhas deram continuidade ao trabalho e a “Tenda Nossa Senhora da Piedade” existe até hoje sob a direção de Lygia de Moraes Cunha, filha de Zilméia de Moraes Cunha.
Agradecemos a Mãe Zilméia de Moraes Cunha e ao Pai Ronaldo Linares (Pres. da FUGABC),
por nos ceder de viva voz a maioria dos fatos aqui narrados.
Alexandre Cumino
terça-feira, 7 de outubro de 2008
ORIXÁ POMBAGIRA - Por Rubens Saraceni
É claro que uma mulher altiva, senhora de si, segura, competentíssima no seu campo de atuação, seja ele profissional, político, intelectual, artístico ou religioso, impressiona positivamente alguns e assusta outros.
Agora, se esse imenso potencial também aflorar nos aspectos íntimos dos relacionamentos homem-mulher, bem, aí elas fogem do controle e assustam a maioria como começam a ser estereotipadas como levianas, ninfomaníacas, etc., não é mesmo?
Liberdade com cabresto ainda é aceitável em uma sociedade patriarcal e machista.
Mas, sem um cabresto segurado por mãos masculinas, tudo foge do controle e a sociedade desmorona porque não foi instituída a partir da igualdade, e sim, da desigualdade.
Uma mulher submissa, só acostumada e condicionada a sempre dizer “amem”, todos aceitam como amiga, como vizinha, como colega de trabalho, como namorada, como esposa, como irmã, etc., mas uma mulher questionadora, insubmissa, mandona, contestadora, independente, personalista, etc., nem pensar não é mesmo?
- Pois é!
Não seria diferente em se tratando de espíritos e, para complicar ainda mais as coisas, com eles incorporando em médiuns e trabalhando religiosamente para pessoas com problemas gravíssimos de fundo espiritual.
De repente, uma religião nascente e espírita se viu diante de manifestações de espíritos femininos altivos, independentes, senhoras de si, competentíssimas, liberais, provocantes, sensuais, belíssimas, fascinantes, desafiadoras, poderosas, dominadoras, mandonas, cativantes, encantadoras, cuja forma de apresentação fascinou os homens porque elas simbolizavam o tipo de mulher ideal, desde que não fosse sua mãe, sua irmã, sua esposa e sua filha, certo?
Quanto às mulheres, as Pombagiras da Umbanda simbolizavam tudo o que lhes fora negado pela sociedade machista, repressora e patriarcal do inicio do século XX no Brasil, onde à mulher estava reservado o papel de mãe, irmã, esposa e filha comportadíssimas... senão seriam expulsas de casa ou recolhidas a um convento.
Mas, com as Pombagiras de Umbanda não tinha jeito, porque ou deixavam elas incorporarem em suas médiuns ou ninguém mais incorporava e ajudava os necessitados que iam às tendas de Umbanda.
Só um ou outro dirigente ousava realizar sessões de trabalhos espirituais com as Pombagiras, e a maioria deles preferia fazer “giras fechadas” para a esquerda, para não “escandalizar” ninguém e para não atrair para o seu centro a polícia e os comentários ferinos sobre as “moças da rua”.
Só que essa não foi uma boa solução porque as línguas ferinas logo começaram a tagarelar e a espalhar que nessas giras fechadas rolava de tudo, inclusive sexo entre os seus participantes, criando um mal estar muito grande, tanto dentro do círculo umbandista quanto fora dele.
E ainda que tais fuxicos fossem falsos e maledicentes, não teve mais conserto porque o “vaso de cristal” da religiosidade umbandista nascente havia se trincado, e as “moças da rua” já haviam sido estigmatizadas como espíritos de rameiras que incorporavam em médiuns mulheres para fumarem, beberem champagne, “gargalharem à solta”, rebolarem seus quadris, balançarem seus seios de forma provocante e para atiçarem nos homens desejos libidinosos e inconfessáveis.
Para quem não sabe, rameira era o nome dado às prostitutas e às “mulheres de programas” do nosso atual século XXI.
O único jeito de amenizar o “prejuízo religioso” que eles haviam causado com suas “petulâncias” foi tentar explicar que não era nada disso, e sim, que as Pombagiras eram Exus femininos e, como todos sabem, Exu não é flor que se cheire, ainda que seja muito competente nos seus trabalhos de auxílio aos necessitados de socorros espirituais, certo?
Como “mulher de Exu” ou como Exu feminino, ainda dava para deixar uma ou outra incorporar na gira deles, mas já submissas a eles, que ficaram encarregados de zelar pela moral e pelos bons costumes delas...
E aí as giras de esquerda foram sendo abertas timidamente e, pouco a pouco e paralelamente, a sociedade estava passando por profundas transformações sociais, comportamentais e políticas, em que a poderosa Igreja Católica estava perdendo poder e cedendo à sociedade algumas liberdades religiosas.
Quando os militares assumiram o poder nos anos 60 do século XX e logo entraram em choque com alguns setores do catolicismo arraigados na política, então diminui de forma acentuada a intensa perseguição da polícia sobre as tendas de Umbanda.
Somando à liberdade conseguida no período da ditadura, vieram os movimentos feministas que explodiram na América do Norte e na Europa, que conseguiram muitas conquistas para as mulheres.
A par destes acontecimentos, veio a explosão da revolta da juventude, com os Beatles e com Woodstock, que mudaram os padrões comportamentais dos jovens e as relações entre pais e filhos.
Pombagira assistiu a todos esses acontecimentos, que se passaram nos anos 1960 e 1970 e, entre um gole de champagne e uma baforada de cigarrilha, dava suas gargalhadas debochadas, e dizia isto:
- É isso aí, mesmo! Mais transparência e menos hipocrisia!
Trecho extraído do livro do autor, intitulado “Orixá Pombagira – Fundamentação do mistério na Umbanda” – Editora Madras.
PS.: Rubens Saraceni, dispensa apresentações é o autor umbandista mais lido dos ultimos tempos, tendo titulos consagrados como Guardião da Meia Noite e Cavaleiro da Estrela Guia... são mais de 50 titulos pela Editora Madras
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
"Reflexões de um Umbandista."

O que realmente atrapalha o homem é a falta de memória...muitas vezes
oportuna, e ao "esquecer" seus erros, tente não repeti-los, pois os maiores
erros são desleixos inoportunos devido à desatenção.
Quem descuida de si perde a si mesmo
Quem só cuida de si, não sabe aonde ir, pois não conhece mais nada além de
seu umbigo.
Porém não podemos confundir a consciência do mundo, e dos irmãos na terra,
com olhar o próprio "umbigo", e fazer de si o próprio centro do universo. E
é tão grave isto quanto fazer dos umbigos alheios sua referência. Se a
analogia simbólica não está perfeita vou resumir:
Para amar aos outros ame a si primeiro,
Para julgar os outros julgue a si primeiro,
Para fazer o bem, faça a si primeiro, amando a tí e querendo seu bem.
Quem não esta equilibrado neste ponto, não é porto seguro para ninguém.
No sentido da vaidade você não deve sentir-se o centro de tudo, porém, no
sentido de criatura da criação, siga seu Deus interior e descubra que sua
maior deficiência pode ser a falta de equilíbrio entre dar de si e dar a si,
compreendendo a ti e aos outros.
Sejamos discretos!
Sejamos tolerantes!
Sejamos vigilantes!
Sejamos o oposto das nossas más tendências, e assim percorremos um bom
caminho e deixamos os "bons" nos ajudarem.
Sejamos exemplos vivos!
Viva os dias e momentos, não importa quão triste, angustiado e aflito você
esteja, você sempre poderá contar com uma coisa; Deus está com você, e você
está sendo ajudado.
Quando não esperardes mais a solução por vias normais, conta os problemas ao
pai e peça ajuda aos bons espíritos que se dispõe a ajudar aos que se mantém
na fé.
A verdadeira religião mora no bem sem barreiras do seu coração.
Acredite e peça.
Ore e aguarde...
Nada é por acaso!
Não espere nada de ninguém.
Faça acontecer seus objetivos.
Perdoe a si, mas, não use isto como desculpa para futuros erros.
Analise seus erros e veja se na hora certa não seriam acertos.
Saiba que seu ponto de vista é importante, porém, pessoal, intransferível e
mutável, portanto, aprenda sem julgar, pois ninguém sabe tudo.
As posses que acumula, são motivo do orgulho verdadeiro e positivo, se
vistas como parte do aprendizado e um meio para realizações futuras.
As posses acumuladas com vaidade, levam ao ócio mental, pois nada ensinam ou
ensinaram a aqueles que possuem as mesmas.
A falta de posses prejudica o homem , que deixa deter oportunidade de ajudar
e empreender sua parte.
Bens não são ruins, são necessários, o apego aos bens é que é errado.
Somos extremamente suscetíveis a influenciação externa por parte do plano
espiritual. Temos nosso livre arbítrio para servir as obrigações que temos
para conosco e nossa própria evolução.
Aquela 2ª linha de pensamento, muitas vezes contraditória a sua, e que
sugerindo atos estranhos a sua natureza, espera uma brecha para tomar conta.
Ao nos determinarmos a trilhar um caminho, onde o bem que podemos fazer será
maximizado, teremos como inimigo principal nós mesmos, cuja preguiça,
teimosia, soberbia e estupidez tendem a ser argumentos suficientes para
afastar a nós mesmos de nossos objetivos.
O objetivo maior é a sua evolução e não importa a religião, faltar a seus
compromissos religiosos, que deveriam ser de no mínimo 1 dia por semana, não
acrescentará nada a sua evolução, mas tirará sua força motriz
principalmente, que é a assiduidade constante a locais preparados para
ajudar pessoas com problemas espirituais.
Você já deve ter trocado seu compromisso de fé por um cinema, por uma novela
ou até por um cochilo, depois se notar, tudo volta a ficar confuso e turvo.
Passa o tempo, você volta a procurar ajuda e não importa o que aconteça, a
culpa é sempre transferida de você para o centro, igreja ou associação
espiritualista no seu subconsciente.
Se faz necessário um compromisso sério com você mesmo, pois o principal
espírito a ser doutrinado é o seu próprio espírito, pois você cede fácil
demais a pressões, foge de obrigações, não freia seus lábios para a critica,
não eleva sua mente, e se o fizesse estaria afastando-a das vertentes
vibratórias negativas. Doutrine a si mesmo, pois só você pode fazê-lo.
Nada é mais claro na mente de um homem do que suas incertezas. Positivamente
ele nunca tem certeza absoluta do que sabe nem numerar o que desconhece.
Essa duvida faz do homem vitima de seu pouco conhecimento, pois, um homem
convicto melhor fará uso de seu livre arbítrio.
Aquele que mantém seu foco, sua verdade e sua fé também descobre o
significado da certeza.
A certeza de um individuo se adequar a seu ponto de vista e sua verdade,
enquanto que a certeza da coletividade se adequar a uma verdade comum, de
caráter impessoal.
O homem busca o absoluto reconhecimento de seu ponto de vista , sem saber
que seu ponto de vista e somente parte de uma verdade.
A verdade que nunca muda é aquela que pode ser questionada sem se curvar
perante opiniões.
O ponto de vista é uma parte da verdade que só o coração e arbítrio do seu
possuidor podem entender e cumprir.
A religião de um homem tem como intuito principal a sua evolução moral,
aprimoramento espiritual, e, como a palavra religião já traduz, a religião
com Deus.
Tenha o nome que tiver, seja doutrina, associação ou igreja, todos os cultos
ou reuniões de grupo que tencionam aproximação com planos superiores.
Os procedimentos antinaturais do homem o escravizam, fazendo dele uma presa
fácil de sua própria consciência, pois os complexos causados pelos vários
anos de danos, causados por preconceitos não naturais, com relação a vida e
as outras coisas, faz dele um marionete de suas ambições, pois o homem que
não enfrenta seu destino e toma as rédeas de seus atos, não pode achar a paz
interior, e o poder ilusório que exercemos sobre as coisas, na verdade é um
teste de como administramos o nosso caos pessoal.
A vida é apenas um intervalo entre dois atos principais, mas a forma de
aproveitá-lo, que é digna de analise, é realmente a peça chave.
Fundamental é viver, aprender, evoluir e galgar as transformações pessoais,
entendendo sua responsabilidade e procurando ser o exemplo, não apenas o
juiz do comportamento alheio, pois chegará o dia em que serás julgado por
algo que condenaste sem clemência, por pura soberbia de sua parte, ao se
achar superior.
Somos Duais, e vivemos num mundo dual, onde optar pelo certo é natural, e o
errado, teimosia.
Somente quem reconhece os erros cometidos é capaz de perdoar e seguir em
frente na senda da Lei e da Vida, sem com isso se abalar com o que passou, e
aprendendo com o tempo a ser fiel as coisas Divinas, pois Divinos são os
atos Naturais.
Naturais são os Milagres da vida.
Vida é a Manifestação de Deus e dos Sagrados Orixás em toda a Criação.
Somos irmãos na Umbanda, servindo a Umbanda e não se servindo dela.
Somos aqueles que plantam a semente da religiosidade para que no futuro ela
floresça...mas vamos plantar isto no terreno de nossas mentes e corações,
para não enxergarmos nos outros nossos maiores defeitos, e sim termos
oportunidade de educar pelo exemplo, pois só com a admiração e obras
provaremos nossos pontos de vista.
A união e a conscientização devem ser nossas metas.
É chegado o tempo de mudar o universo que carregas dentro de sí, na sua
mente e coração.
Nelson Junior
(Músico, Produtor, Desenhista, Mago e Umbandista com muito orgulho)